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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Ilha de Marajó (PARÁ), Brasil – Turu

Com legumes e coentro, caldinho de Turu (Nota da redação: contro é controverso...)

O turu , também conhecido como gusano, busano ou cupim-do-mar, é um molusco bivalve da família dos teredinídeos. Apresenta aspecto vermiforme semelhante a uma minhoca, tendo numa das extremidades valvas com sulcos providos de dentes, os quais são utilizados para abrir galerias em madeiras submersas, formando aí as suas colónias.

Os turus vivem principalmente em manguezais, alimentando-se dos seus troncos ou em árvores podres e caídas na água. Conseguem devorar a madeira através de seus dentículos na cabeça. São como cupins de madeira molhada, pois são encontrados nos cascos das embarcações, causando-as prejuízos. Sua carne é comestível e pode ser consumida na forma crua, cozida ou em sopas. Tal iguaria é parte das culinárias paraense e amazónica, principalmente na ilha de Marajó e arredores, sendo também apreciado no Maranhão e no Amapá.É um alimento rico em cálcio e ferro, cujo sabor é descrito como semelhante ao de mariscos como as ostras. Na Epopeia de Gilgamesh (2700 A.C.) se falava da necessidade de proteger as embarcações contra ataque dos teredos. Uma das espécies é o Teredo navalis.

Primeira etapa: esperar a maré baixar para encontrar os troncos úmidos caídos, onde os turus moram e se alimentam

Primeira etapa: esperar a maré baixar para encontrar os troncos úmidos caídos, onde os turus moram e se alimentam

Limpá-los é importante e parte do ritual: é só tirar as vísceras, uma gosminha mais escura, como a que tem o camarão


O João jura que, bem temperadinho,¬ tem gosto de ostra

Os ameríndios apreciavam alimentar-se do turu, o qual denominavam teredo, assim como faziam com vários outros animaisinvertebrados[5] Nos escritos do Padre João Daniel (1722–1776) consta o seguinte relato:
«Turu é a peste das embarcações do Amazonas, ainda que não é só do Amazonas. É semelhante à minhoca, e propriamente é minhoca da água, é branca, mui delgada, e tão mole, e flexível, como uma tripa delgada; e faz admirar como um tão desprezível bichinho tenha tanta força, e atividade que roa, passe, e fure as embarcações, e qualquer madeiro, pondo-o como um crivo! (...) serem bichos tão desprezíveis, e os índios do Amazonas tão nojentos, fazem dessas minhocas, ou lombrigas, pratinhos de muita estimação, e apreço, e ainda muitos brancos; para o que vão nas vazantes pelas praias de lodo, abrem os paus podres, de que estão cheios os rios, e em breve espaço de tempo enchem pratos, ou cuias, que levam para casa, guisam, e se regalam.
Um turu (Teredo navalis) seco retirado de um objeto de madeira.

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